Água Fresca Para As Flores - Valérie Perrin


 Esse foi um daqueles livros que peguei sem ao menos ler a sinopse. Não tinha a mínima ideia da proposta dele e também não tive nenhuma expectativa inicial quanto a trama. 

Água Fresca Para As Flores, de Valérie Perrin, fala sobre o luto e a vida. É um livro sobre encontros e desencontros, sobre amor e perda. E também sobre recomeços. 

 

Sinopse

Existe algo mais forte do que a morte: a lembrança dos ausentes na memória dos vivos. Violette Toussaint sabe bem disso. Zeladora de um cemitério em um vilarejo da Borgonha, ela é testemunha dos visitantes que mantêm vivas as histórias de seus entes queridos. Em sua casinha simples e aconchegante onde tudo tem aroma de rosa - as velas, os perfumes, os lençóis -, ela recebe os frequentadores, os conforta e ouve suas confidências, entre xícaras de chá ou taças de vinho.

Aos quase cinquenta anos, Violette transparece distinção e harmonia, veste-se com sobriedade e divide seu tempo entre os cuidados com os "vizinhos" (os mortos) e com suas plantas e sua horta, de onde vem boa parte dos ingredientes para os almoços que compartilha com os coveiros do cemitério e o padre da cidade. Contudo, por baixo do sobretudo cinza de inverno, Violette usa suaves vestidos de verão; por trás da aparente leveza, ela oculta fantasmas sombrios, dores e perdas brutais.

As ambiguidades e segredos da zeladora começam a vir à tona quando o policial Julien Seul bate à sua porta atrás de respostas: ele deseja descobrir por que sua falecida mãe queria que suas cinzas fossem jogadas sobre o túmulo de um desconhecido enterrado naquele cemitério. A partir daí, somos apresentados a fragmentos das histórias de personagens que se cruzam e se afetam, numa intrincada trama de acasos e coincidências. À medida que avança em sua investigação pessoal, Julien acaba confrontando Violette com seu passado, ao mesmo tempo que acena com uma possibilidade de futuro.


Violette me lembrou muito a Alex, da minissérie Maid. Ela é muito resiliente e de uma particularidade enorme. Foi muito interessante conhecer os caminhos que a levaram até o cemitério de Brancion-en-Chalon e as pessoas que cruzaram a linha da vida dela. 

Changer l'eau des fleurs (título original) apresenta, ao longo da história, diferentes vozes narrativas e perspectivas que a aprofundam, lançando um novo prisma quanto aos acontecimentos. 

Mesclando passado e presente, Valérie Perrin consegue intrigar e tocar com sua escrita. Me surpreendi muito positivamente com essa obra e todas as suas nuances. E, confesso, derramei mais que algumas poucas lágrimas.

No momento acho que esse post ficou meio impessoal, mas acredito que ler a complexidade de cada personagem é uma experiência muito melhor do que minha análise deles kkkkkkkk (e espero que decidam conhecê-los).

Essa é uma história de décadas que, na verdade, é uma reflexão para nós mesmos e as pessoas à nossa volta.


"Eu abri as cortinas, depois as janelas. Desci para a cozinha, fervi água para o chá e arejei a sala. Acabei voltando ao jardim. Acabei pondo água fresca para as flores."


"Nós somos.

Nós.

Gargalhadas.

Uma criança.

Três."


p.s.: como a Violette, ando regando meu jardim e tentando usar essas férias para isso. também ando tentado conhecer mais animes e já quero adotar o Tanjiro, de demon slayer kkkkkkkkk 


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