2021


Fazia eras que não escrevia por aqui, mas é a vida né kkkkkkkkk ninguém mandou a doida pegar 11 matérias esse semestre. 

Esse texto não vai ter pé nem cabeça e acho justo manter ele desse modo, considerando que ando me sentindo assim nos últimos tempos. 

Escrevi isso semanas atrás e acabei mantendo no rascunho. Para mim.

Mas esses dias lembrei que criei esse blog justamente para ser um lugar meu. Com todas as minhas ideias, medos, inspirações... Então achei justo comigo mesma deixar um registo de algumas coisas que aconteceram esse ano:

Primeiro de tudo não vou falar de livros porque, sim, ando lendo bastante, mas foram leituras que, no geral, não me acrescentaram muito (mas viva aos clichês!). Venho pensando em um projeto há vários meses e ele vem me deixado bem aérea, ao ponto de eu não estar muito disposta a ler coisas mais densas. 

(acho que vou acabar me deixando louca com isso rs)

Segundo, venho refletindo muito sobre mim também, o que acrescentou uma boa dose de confusão na minha mente já irrequieta. Mas nesse tempo eu redescobri e relembrei algo muito doce da minha infância. Acho que normalmente eu não teria me exposto com detalhes pessoais como esse, especialmente por eu não gostar muito de rótulos, porém senti a necessidade de compartilhar nesse espacinho meu. De só deixar registrado em algum em lugar.

Me lembro vividamente que uma vez, quando era mais nova, pensei comigo se haveria algo além da divisão: ser garoto/garota, masculino/feminino, e que talvez eu não me encaixasse nisso. Pensando agora, tenho quase certeza que se a criança que fui soubesse sobre gênero não-binário, eu me identificaria como tal na época, e me sentiria um pouco melhor sobre quem eu era. 

(No momento, me identifico com os pronomes ela/dela, mas gosto de pensar que nada é definitivo. Aquela frase de Heráclito sobre o rio e a pessoa não serem mais os mesmos é bem real.)

Terceiro, não consegui sentir luto esse ano (eu disse que seria sem pé nem cabeça). Perdi um parente que foi bem presente na minha vida para a covid e simplesmente... não consegui sentir. Fiquei tão assustada e receosa pelas pessoas que amo que acho que tive uma sobrecarga de emoções. 

Chorei muito quando o ano começou, por várias razões, e escutei Blue & Grey mais vezes do que seria saudável. Todas as notícias tristes e ruins do mundo também foram se somando ao ponto de me deixar muitas vezes nesse limbo de sem reação (vou reformular porque pareceu que fiquei insensível, chorei muito pelo garotinho de 9 anos do caso com os vizinhos, pela situação no Afeganistão, pela garota no twitter que perdeu o pai para a covid, por todos que sofrerem nesses últimos dois anos, mas... era demais/ está sendo demais, como se eu não estivesse processando direito). 

Sei que não fez o menor sentido tudo isso, e acho que nem quero que faça. Só espero que quem estiver lendo, e estiver uma confusão que nem eu, escreva em algum lugar. Faz bem. Vou terminar aqui com esses três "tópicos" (acho que desabafos é melhor, enfim) porque três é meio que meu número favorito então... é isso por hoje. 

Dando um update nesse texto: sou uma pessoa muito reflexiva e, nos finais de ano, isso meio que se multiplica por mil. Acho que medo foi a emoção que marcou meu ano, de diferentes modos. E alívio também.

Já escrevi isso antes, mas amadureci muito em vários aspectos. E também comecei a sentir como a vida é... A vida (não estou esperando que alguém grite eureca por mim kkkkkkkkkk)

Uma coisa que sempre soube, e percebi, desde o começo da minha adolescência é que nem tudo é só amarelo. Ou só azul. Existem nuances de verde, e complexidades muito além disso. Como Divertidamente mostra: não existe apenas alegria, existe tristeza também. E muito mais.

(Sei que é óbvio, mas sentir e realmente entender isso leva um tempo.)

 Sempre tento me lembrar disso, mas às vezes, "when the world is on your shoulders/ and you’re falling to your knees" (pegando emprestado do Kodaline), ficar com raiva e medo parece ser a única saída. E, para não dar uma de filmes da Disney (que por sinal eu amo), não vou dizer que tudo tem esperança. Porque, infelizmente, muitas vezes não tem.

Minha mensagem de fim de ano é que o importante é... continuar. Mesmo que machuque, mesmo que pareça impossível.

Nunca faço desejos para o ano seguinte, porque acredito que tanta, mais tanta coisa muda em um período de 12 meses. Sejam mudanças boas ou ruins. Mas acho que continuar é a palavra chave.

Então é isso: desejo que, quem quer que esteja lendo... continue.



p.s.: meu irmão comprou, e leu, um dos meus livros preferidos e fiquei com a ideia de tatuar x ≠ x. talvez alguém pegue a referência, ou não (porque no livro o sinal é outro). mas é, último p.s. aleatório de 2021 tinha que ser esse kkkkkkkkk




 

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