Bleeding Out




Fiquei me perguntando nos últimos dias se colocaria mais essa parte de mim aqui. Se eu queria realmente expor como ando me sentindo.

Mas sempre me apoiei em músicas, na escrita.

Acredito que não seria a hora de mudar isso. 

Se alguém conseguisse ver a imagem que surge quando penso no resto de 2022, ou no ano seguinte, essa pessoa veria apenas uma névoa. 

Veria incerteza. Pavor. 

Agora não consigo pensar no futuro sem querer desabar, chorar. Me esconder.

Mas minha mãe, uma das minhas maiores inspirações, merece muito mais que isso. 

Meus dois irmãos mais novos, que não fazem ideia do diagnóstico dela, não merecem isso.  

Câncer. 

Uma simples palavra capaz de fazer o mundo inteiro de alguém desmoronar. 

Uma palavra que me faz querer gritar, me revoltar. 

Os poucos amigos para quem eu contei até o momento me ofereceram o que eu mais precisava: apoio. 

Não pena. Não uma falsa esperança.

Me vejo sentindo aversão ao ver o quanto já chorei por coisas tão pequenas, insignificantes, sem imaginar que um dia estaria barrando minhas lágrimas para aparentar ser forte. Para não mostrar o quão assustada estou. 

Fui atrás de ingressos para um festival, para mim e para ela, porque sei o quanto o tratamento será difícil. 

Ir e curtir juntas virou um ritual nosso e eu não sei expressar o quanto nós precisávamos disso.

Conversei com várias pessoas legais e... estou tentando. 

A dor no meu peito continua. 

Minha visão embaçada pelas lágrimas enquanto digito ainda se faz presente.

E a mensagem que queria passar é que as histórias por trás das nossas telas são infinitas. 

Vocês irão ver uma jovem curtindo a vida. 

Não é mentira. 

Irei celebrar a vida. 

Mas porque esses tempos têm me mostrado o quão frágil a vida sempre foi.





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