Casa De Céu E Sopro - Sarah J. Maas

 

Esse texto não terá spoilers e sim, ele ficou gigantesco mesmo sem eles kkkkkkkkkkk

Leio os livros da Sarah desde que tinha 12 anos e posso dizer que a escrita dela é muito familiar para mim. Também queria enfatizar que eu estou fazendo essa resenha, com todas as minhas observações e perspectivas, levando em conta a bagagem e influência que as obras dela tiveram na minha experiência como leitora. 

Obviamente isso não vale para todo mundo, mas sempre tive uma imersão enorme entrando nos universos que a autora cria. Porque ela é ótima com storytelling. Mesmo reconhecendo alguns dos defeitos narrativos e incongruências em suas histórias.


Sinopse

Bryce Quinlan e Hunt Athalar fizeram um pacto. Enquanto processam os eventos da última primavera, eles irão manter as coisas... platônicas... até o solstício. Eles salvaram a Cidade da Lua Crescente, mas com tanto frenesi acontecendo ultimamente, eles desejam, mais do que qualquer coisa, uma oportunidade de relaxar. Desacelerar. E descobrir o que o futuro lhes reserva. Mas quando a tensão suspensa entre os dois alcançar um nível insustentável, prestes a incendiar a Cidade da Lua Crescente, eles serão capazes de resistir?

Enquanto isso, para os dois, a iminência do perigo não está ainda fora de questão. Arrastados para um movimento rebelde do qual não querem tomar partido, Bryce, Hunt e seus amigos veem a si mesmos contra os sinistros asteri – de quem, custe o que custar, precisam evitar ser percebidos.

No entanto, quanto mais conhecem as causas desse movimento revolucionário, mais se aproximam de uma inevitável escolha: permanecer quietos enquanto outros são oprimidos... ou lutar.

E eles nunca foram muito bons em manter silêncio.


Meus sentimentos lendo Casa de Terra e Sangue, o primeiro volume de Crescent City, estiveram por todo o lugar, e o que escrevi naquele primeiro post se mantém. Continuo compreendendo as críticas em relação ao que a Sarah escreve, ao mesmo tempo em que vejo ela tomando uma direção nova, que sinaliza que ela não ignorou muitas dessas críticas. 

É evidente que nessa nova saga ela começou a satirizar alguns aspectos das próprias obras anteriores, trazendo uma dinâmica mais diferente quanto à Bryce e ao Hunt (porém ao mesmo tempo, ironicamente a meu ver, mantendo as mesmas estruturas das outras narrativas).

Acredito que essa abordagem mais "leve" acabou fazendo com que a história ficasse meio caricata demais em determinados momentos, paradoxalmente trazendo diálogos mais "infantis", apesar do suposto teor mais maduro (não me entendam mal, a classificação etária está certa por conta do conteúdo (aka hots que me deram vergonha alheia rs), mas a escrita em si não é muito elaborada e rebuscada). 

Além disso, senti que, mesmo após dois livros, os dois personagens principais ainda são mais superficiais em comparação com os protagonistas das demais séries. Outros personagens foram explorados (≠ aprofundados demais) e gostei dessa abordagem porque, sendo sincera, eu estava meio indiferente quanto ao casal principal. 

Nesse segundo volume, também senti uma maior dinamicidade da narrativa em comparação com o primeiro livro, apesar de ambos terem o mesmo número de páginas (acredito que pelo caráter bem introdutório do primeiro). Houve vários plots twists, algum deliberadamente óbvios e outros não, e isso certamente influenciou na sensação de maior fluidez da leitura.

A grande questão, para mim, é que o meme "leria até a lista de compras" é muito meu caso em relação a Sarah. Apesar dos pesares, ainda me encontro entretida (chamem de guilt pleasure se quiserem), porque a autora tem a habilidade de não deixar a história tão estagnada (abrindo aqui um parênteses para Casa de Terra e Sangue), seja por vezes criando rumos ilógicos, ela ainda consegue abrir um leque de opções quanto a trama de seus livros. 

E acho que justamente por esse motivo a Sarah conseguiu desbancar a J. K. Rowling em números de vendas, após esta última ter passado duas décadas como autora de fantasia mais vendida no mundo (sei que talvez tenha gente que revire os olhos nessa parte, pensando que a causa real são os feéricos fortões e o que eu digo é: meu blog, minhas regras kkkkkkkkkkkkk).

Quanto ao desfecho de Casa de Céu e Sopro... Puro fanservice? Sim. Mas eu caí que nem patinho e surtei, perdão. Brincadeiras à parte, os últimos livros lançados da Sarah já indicavam a possibilidade de tal desfecho e não sei se fico animada ou preocupada com o próximo passo pela frente. 

O que posso dizer, para finalizar, é que estou de volta ao estado que estava quando finalizei Crescent City 1: precisando da continuação mesmo com as partes duvidosas.




P.s.:  spoilers 

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Escrevi sobre o humor do livro, mas rachei quando o Ithan quebrou aquela mesa kkkkkkkkkk E agora a guerra que se aproximava em Acotar faz sentido também. Acho que a Sarah conseguiu dar uma salvada no enredo dos próximos livros de Acotar e Crescent City com esse crossover, mas acho que ele também tem o potencial de dar meio errado pelo tanto de personagens, veremos, veremos.


"— Por favor — pediu baixinho, curvando a cabeça. — Meus amigos precisam de mim. Minha… minha matilha precisa de mim."

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