Frank E O Amor - David Yoon


 Queria fazer um post todo certinho sobre Frank e o Amor, porque foi importante para mim ter lido esse livro. Demorei para aparecer de novo hahahah nunca quis me forçar ao trazer conteúdo para cá, então respeitei isso e semanas depois aqui estamos.

Meu post anterior foi sobre ninguém mais ninguém menos que a Nicola Yoon, escritora que é casada com o David, autor desse livro. Como eu disse antes, realmente queria poder agradecer ambos pelas histórias que eles escreveram.



Sinopse

Frank nunca conseguiu conciliar as expectativas de sua família tradicional coreana com sua vida de adolescente na Califórnia. E tudo se complica quando ele começa a sair com a garota de seus sonhos, Brit Means, que é engraçada, inteligente, linda… Basicamente a nora perfeita para seus pais ― caso tivesse origem coreana também.

Para poder continuar saindo com quem quiser, Frank começa um namoro de mentira com Joy Song, filha de um casal de amigos da família, que está passando pelo mesmo problema. Parece o plano perfeito, mas logo Frank vai perceber que talvez não entenda o amor ― e a si mesmo ― tão bem assim.


Primeiro de tudo o Frank não é um protagonista perfeito. Não acho que tenha sido correta uma certa atitude que ele tomou¹ (ver o final do post se quiser uma baita spoiler kkkkkkkkk), porém entendo muito bem o que motivou a ter feito tal escolha. Os meios, ou melhor, o timing e a maneira foram errados? Sim, mas achei muito bom o fato do próprio personagem admitir e assumir o que fez, bem como o puxão de orelha que levou do melhor amigo (que por sinal é um fofo²).

Quando digo que entendo muito bem, é porque David Yoon conseguiu retratar algo pelo qual eu mesma já me vi passando. A negação das próprias raízes. Muitas pessoas talvez leiam esse livro e não entendam o Frank. Alguns talvez leiam e vejam um romance okay, algo não muito construído. Eu li um adolescente finalmente se deixando ... ser. Cometendo erros, mas vivendo. Finalmente entendendo que deveria viver sem se preocupar com esteriótipos. E se estava, ou não, caindo dentro deles.

Frankly in Love (título original) não é um livro que me tocou por ter algum enredo ultra inovador, linguagem difícil ou etc (porque não tem), mas por ser uma história leve que fez com que eu me identificasse muito, muito mesmo. Que fez eu me sentir representada por estar lendo sobre um protagonista americano com descendência asiática.

Esse livro possui cenas singelas e lindas. E reflexões que, como em O Sol É Uma Estrela, me fizeram sentir cada palavra, por... entender. 

Me emocionei muito e definitivamente é um livro que vou carregar comigo com carinho.


"Nada é uma coisa apenas. Na verdade, o que começa como uma coisa pode se transformar em algo completamente diferente.

Quando se pressiona com força o oobleck, ele parece sólido. O mesmo acontece quando se bate nele.

(...)

Mas a coisa mais estranha no oobleck é: se você passar as pontas dos dedos delicadamente, ele cede como um líquido.

Então...

Se tem paredes de oobleck no seu caminho,

Não soque, bata e chute o dia inteirinho.

Prenda o ar, feche os olhos, esvazie a mante

E se deixe entrar simplesmente.

Ande devagar pela escuridão, sem temer."


"Os brancos podem se descrever como americanos apenas. Só quando questionados mencionam sua ascendência. Não parece justo que eu leve uma eternidade para explicar minha origem enquanto os brancos não precisam passar por isso.

É complicado. Mas simples. Simplicado."



P.s.: ainda estou querendo muitoooo ver Minari, estou esperando chegar em algum serviço de streaming 😩 (a sensível aqui quase chorou só vendo o trailer (representatividade importa!))

P.s.2: estou planejando um post para falar sobre agradecimentos de autores e nossa, já adiantando que achei muito fofo os desse casal (casal aka David e Nicola)



¹ nunca vou entender traição (por mais que eu não fosse exatamente fã da Brit) então é, não acho que o timing do Frank foi certo. mas, como eu disse, entendo ele ter finalmente compreendido como se sentia em relação a Joy (sem ligar para estigmas da sociedade) e como, às vezes (fazendo parte de uma minoria étnica), a negação e o afastamento façam parte do processo de descoberta da própria identidade. e é um processo complexo. 

² o Q merece um livro dele também mds


Comentários

Postagens mais visitadas