Pachinko - Min Jin Lee

 No insta ainda vou fazer um post falando mais sobre isso mas, utimamente (apesar de sempre ter sido atenta a notícias e ávida para aprender sobre diversas culturas), me vi refletindo que, em relação a livros, mesmo já tendo lido autores de nacionalidades diversas, não chego nem perto de ter lido o que já li, e sei, sobre os norte-americanos.

(parênteses aqui para dizer que tem um podcast chamado Petit Journal, que escuto desde o ano passado, e ele, + umas aulas de geografia, + meus próprios pensamentos, resultaram em mim refletindo >de novo< sobre o quanto ainda não sei sobre o mundo)

Pachinko chegou nas minhas mãos no tempo certo, eu diria, porque amadureci bastante em certos aspectos que não vou mencionar aqui (quem quiser entender uma parte: meu post sobre Itaewon Class tá aí) e meu atual estado de divagações (como mencionei) bateu com a chegada desse livro em casa.

Minhas referências em certos aspectos culturais da Coreia do Sul e do Japão (esse último por causa da minha descendência) com certeza me ajudaram a reconhecer e compreender melhor o que era mencionado.

(traduzi a sinopse original porque, como o livro ainda não foi publicado aqui, achei que a intrínseca não tinha disponibilizado uma ainda, só que, na verdade, tem no site da editora e eu não tinha visto :') coloquei a que traduzi porque né, já tava feito)



Sinopse

No começo de 1900, a adolescente Sunja, a adorada filha de um pescador aleijado, se apaixona por um estranho rico, na costa perto de sua casa, na Coreia. Ele lhe promete o mundo mas, quando descobre que está grávida - e que seu amante é casado - ela se recusa a ser comprada. Em vez disso, ela aceita a oferta de casamento de um gentil, doente pastor, de passagem para o Japão. Mas sua decisão para abandonar sua casa, e rejeitar o poderoso pai de seu filho, dá início a uma dramática saga que irá ecoar através de gerações. 
Ricamente narrada e profundamente comovente, Pachinko é uma história de amor, sacrifício, ambição e lealdade. Das ruas cheias de ambulantes, passando pelos corredores das melhores universidades do Japão, até as salas de pachinko do submundo criminal, os complexos personagens de Lee - mulheres fortes e teimosas, irmãs e filhos devotados, pais abalados por crises morais - sobrevivem e prosperam contra o indiferente arco da história.

Esse livro é uma aula de história.

Amei como Pachinko se passa em diversas décadas e mostra como podemos nunca entender completamente a jornada, as decisões e a realidade de nossos antepassados.

Nos últimos capítulos foi quando o peso dessa realização veio para mim (me emocionei com a última cena, onde uma certa pessoa vai até um cemitério e enterra uma foto no chão). Para mim, a autora soube muito bem mostrar o que ela quis dizer com a primeira frase do livro: "A história falhou conosco".

A chorona aqui também se emocionou com os agradecimentos. O livro trouxe personagens que poderiam muito bem ter existido e isso se deve, como Min Jin Lee conta, porque Pachinko foi feito com base em entrevistas que ela fez com vários coreanos, perguntando sobre suas memórias e experiências relacionadas ao Japão. Ela escreveu: "os coreanos no Japão podiam ser vítimas históricas, mas, quando os conheci pessoalmente, nenhum deles era apenas isso". A narrativa mostra exatamente essa percepção que a autora teve. E por isso me emocionei de novo.

O livro soube retratar muito bem pessoas reais, no sentido de não serem personagens perfeitos, e soube mostrar que o ponto aqui era fazer os leitores entenderem que o que foi feito na Coreia foi muito mais complexo e devastador do que breve comentários em apostilas de história colocam embaixo de "domínio japonês na Coreia" e "Guerra da Coreia (1950-1953)".

É surpreendentemente triste que as barbáries cometidas pelas tropas japonesas não sejam assuntos muito discutidos* e bem, eu poderia falar sobre o que li, mas recomendo mesmo a leitura desse livro em vez de um breve resumo. 

*Os crimes cometidos durante o domínio imperial japonês ainda são feridas abertas nas relações diplomáticas na Ásia, dei uma breve pesquisada e, nos últimos anos, as tensões a respeito disso vem aumentando

Estou pensando em uma conclusão para esse post porém, como ainda nem sei direito se terminei de refletir sobre o livro, acho justo terminar esse texto aqui do mesmo jeito kkkkkk Direi apenas: leiam.

"Ele não conseguia pensar em mais nada e queria poupá-la da crueldade do que havia compreendido, porque ela não ia acreditar que não era diferente dos pais, que vê-lo apenas como um bom coreano era o mesmo que vê-lo apenas como um mau coreano. Ela não conseguia enxergar sua humanidade, e Noa se deu conta de que isso era o que mais desejava: ser visto como um ser humano"


P.s.: não tem a ver com livro (meus "ps" às vezes são meio aleatórios né) mas acho que estou saindo da ressaca de séries em que eu estava (acho, porque arghh, não sei, esse ano meu emocional com livros, séries e músicas tá todo bagunçado, tô naquele "mood" esquisito que já falei)



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