A Lista Negra / Amor Amargo


 Queria começar dizendo que, esses dois livros, são uns dos que mais me conscientizaram sobre o poder dos livros e das palavras. Podemos virar mais empáticos e amadurecer como pessoas, se nos mostrarmos dispostos a compreender outras realidades que não vivenciamos. E os livros são meios importantíssimos para isso (pareceu ctrl c + ctrl v do post de Passarinha mas queria acentuar isso de novo kkkkkk).

Li primeiro A Lista Negra*

* o título original é Hate List e tem uma nova edição em que o título em português virou A Lista do Ódio (vamos combinar que ficou muito mais adequado sem a conotação racista né)




Sinopse

E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama? O namorado de Valerie Leftman, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista com o nome dos estudantes que praticavam bullying contra os dois. A lista que ele usou para escolher seus alvos. Agora, ainda se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, com os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são, ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas. A lista negra, de Jennifer Brown, é um romance instigante, que toca o leitor; leitura obrigatória, profunda e comovente. Um livro sobre bullying praticado dentro das escolas que provoca reflexões sobre as atitudes, responsabilidades e, principalmente, sobre o comportamento humano. Enfim, uma bela história sobre auto-conhecimento e o perdão.


Esse foi um livro que abordou o bullying de uma forma dolorosamente real (foi a primeira narrativa na qual senti que o bullying foi descrito de um jeito que não caiu no famoso clichê de vários filmes e livros, em que um personagem é vítima de bullying e, depois, dá a volta por cima virando a pessoa popular do colégio, sem aprofundamento nenhum no assunto). Tem uma cena específica, no final do livro, que me emocionou bastante. Nela uma personagem cita, em seu discurso, as vítimas do atentado no colégio. Foi o fechamento perfeito para tudo o que foi mostrado anteriormente.  

Durante o livro, a autora descreve e dá detalhes sobre os personagens que perderam a vida no massacre cometido por Nick. Ao mesmo tempo, mostra o namorado atencioso e a pessoa sensível que ele era, até começar a sofrer humilhações. 

Achei engenhoso a maneira como a Jennifer Brown conseguiu balancear o peso horroso dos atos cometidos pelo Nick e, simultaneamente, mostrar o quão humano ele era e quanto o bullying que sofreu o mudou.

Na minha experiência lendo esse livro, me surpreendi por, em nenhum momento, apesar de tudo, conseguir ter pensado no Nick como um monstro por ter feito o que fez. E não me entendam mal. Nada justifica o que ele fez. Porém, aí é que me vi maravilhada, com o fato da autora ter escrito uma história que fizesse realmente jus a gravidade do bullying. Ao ponto em que, apesar desse cara ter tirado vidas de pessoas gentis também e que, pelo infeliz acaso (quem leu vai entender essa parte) perderam suas vidas, ainda me vi simpatizando com quem ele tinha sido e com o que tiraram dele com ações maldosas. 

Obviamente o bullying não é uma "desculpa" (queria usar uma palavra melhor) para uma ação extrema como um massacre. Mas a autora quis mostrar o quão intrínseco e maldoso o bullying pode ser. O quão prejudicial é e o quanto uma vítima dele sofre. O potencial que temos de machucar e mudar para pior os outros.  

É um livro para refletirmos sobre as consequências de nossos atos.


(A Val também sofre muito bullying e tem que lidar com ainda mais pressão após o tiroteio, tanto por parte de outros estudantes, quanto em casa. Fora a questão psicológica de tudo que ela presenciou. Acabei não focando nela nessa resenha, porque o maior impacto da mensagem desse livro, para mim, veio através do Nick. A de que todos nós temos a capacidade de sermos vítimas e responsáveis ao mesmo tempo).



Sinopse

Último ano do colégio: a formatura da estudiosa Alex se aproxima, assim como a promessa feita com seus dois melhores amigos, Bethany e Zach, de viajarem até o Colorado, local para onde sua mãe estava indo quando morreu em um acidente. O Dia da Viagem se torna cada vez mais próximo, e tudo corre conforme o planejado. Até Cole aparecer. Encantador, divertido, sensível, um astro dos esportes. Alex parece não acreditar que o garoto está ali, querendo se aproximar dela. Quando os dois iniciam um relacionamento, tudo parece caminhar às mil maravilhas, até que ela começa a conhecê-lo de verdade... Em um retrato realista de um relacionamento conturbado, a autora Jennifer Brown – do sucesso A Lista Negra – nos leva até o limite de nossos sentimentos.


Fiquei em dúvida se iria mencionar Amor Amargo em um post com A Lista Negra ou com É Assim Que Acaba, da Colleen Hoover (esse também aborda o tema da violência doméstica). Mas optei pelo primeiro, porque queria chamar a atenção de outras pessoas para a Jennifer Brown, que realmente conseguiu abordar temas difíceis de uma forma que fez jus a seriedade deles (na minha opinião).

Antes, sendo uma pessoa que nunca esteve em um relacionamento abusivo, não conseguia compreender, inteiramente, os motivos das pessoas que continuavam com os parceiros após a primeira agressão. Esse livro me deu uma perspectiva enorme e ampliou minha visão sobre o assunto, porque passei a realmente entender que a situação vista de fora não é tão simples por dentro (todo mundo sabe disso, é intuitivo, eu sabia também, porém nunca compreendi mesmo, com todas as forças, o porquê não é tão fácil dizer chega).

Não vou negar, a Alex não foi uma personagem que conseguiu me cativar (muito menos o Cole, por motivos óbvios). Foi difícil não me irritar com certas atitudes dela. Porém, a descrição dos ciclos abusivos e como a autora desenvolveu o tema, me fizeram perdoar totalmente o que achei do desenvolvimento da Alex. É um livro necessário e que incomoda, mas é aquele incômodo que vem acompanhado de conscientização.


P.s.: esse post teve menos eu interferindo kkkkk acho q deu pra perceber. Prefiro deixar menos leves certos posts, em respeito aos assuntos, mas para quem gosta do jeito que escrevo, relaxem que não vou mudar hehe

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